Seminário de Saúde da Fetrafi-MG debate os desafios e soluções para promoção de saúde do trabalhador
Dirigentes sindicais debatem conjuntura na saúde e estratégias de enfrentamento
A Fetrafi-MG realizou, nesta quarta-feira (22/10), o Seminário de Saúde da Fetrafi-MG. Com o mote “Um olhar atento à saúde do trabalhador e da trabalhadora”, o evento visa debater sobre os principais desafios para a saúde da categoria e construir coletivamente caminhos de luta para uma jornada de trabalho mais saudável.
O presidente da Fetrafi-MG, Carlindo Dias (Abelha) destacou que eventos como este são fundamentais para fortalecer a luta por direitos. “É muito importante estarmos fazendo esse Seminário de Saúde porque nos dá muita força, elementos e dados, para termos mais conhecimento na hora de negociar com os banqueiros”, pontuou.
Para além de promover instrumentos de luta, a secretária de Saúde da Fetrafi-MG, Luciana Duarte, apontou ainda para importância do Seminário no combate às subnotificações do adoecimento. “Os dados sobre adoecimento da categoria são muito graves, mas ainda temos muitos casos subnotificados que não são contabilizados pelo INSS e não entram nos dados formais”, afirmou.
A primeira mesa contou com a presença da coordenadora do Fórum Sindical e Popular de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (Fórum FPSST/MG), Marta de Freitas, a Secretaria de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT Minas, Yara Diniz representando o presidente Jairo Nogueira Filho, e do coordenador do Fundacentro, Gilson Reis.
A representante da CUT Minas apontou para alguns fatores do ambiente do trabalho que causam adoecimento da categoria como as terceirizações e a precarização visando a privatização dos bancos públicos e o assédio moral e eleitoral. “Precisamos entender que a saúde do trabalhador não é só medida pela ausência de doença, mas pela presença de qualidade de vida e bem-estar e isso passa por melhores condições de trabalho”, afirmou.
Para Gilson, o avanço da tecnologia no setor é utilizado para precarizar ainda mais as condições de trabalho. “O setor que mais tem condições de valorizar uma categoria, é justamente o setor em que a categoria mais sofre as consequências da ganância do capitalismo globalizado neoliberal rentista”.
Marta elencou soluções para enfrentamentos nos problemas que afetam a saúde dos bancários. Para ela é necessário buscar parcerias com as universidades, defender e exigir políticas públicas voltadas para a saúde do trabalhador, lutar pela recomposição do quadro do INSS e pelo fortalecimento da comunicação dessas lutas com a população. “No caso dos bancários, em especial, é preciso não esquecer da sua história. Precisamos valorizar a nossa história”, destacou.
Na segunda mesa da manhã participaram Ligiane Falci do Centro de referência em Saúde do Trabalhador de Belo Horizonte (CEREST) e a coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (CISTT), Mônica Brull. Ambas destacaram a importância dos órgãos públicos para o atendimento especializado ao trabalhador e trabalhadora.
Ligiane relembrou que as notificações de casos de acidente de trabalho já são compulsórias há muito tempo, mas as doenças relacionadas ao trabalho só passaram a ter notificação compulsória a partir de agosto do ano passado, o que leva a subnotificação dos casos de doença. Em 2024, por exemplo, em Belo Horizonte foram registrados 2039 casos de acidente e apenas 275 casos de doenças.
M?nica destacou a importância do movimento sindical ocupar espaços como o CISTT, Conselhos de Saúde e CEREST. “Dentro dessas comissões, a gente tem a possibilidade de fazer acordos, de apontar problemas em todas as categorias. É uma forma de interferir e lutar por nossos direitos. Ocupem esses espaços! Essa é a minha convocação”.
Fonte: Fetrafi-MG.
