Bancário aposentado, o escritor José Renato Amorim fala sobre sua mais nova publicação 
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Bancário aposentado, o escritor José Renato Amorim fala sobre sua mais nova publicação

João Camaleão é um livro de literatura infantil, mas deixa uma mensagem importante a todas as idades

O sistema financeiro é marcado por relações comerciais, competitivas que muitas vezes anulam as cores que permeiam a vida de qualquer pessoa. O livro de José Renato Amorim, bancário aposentado desde dezembro de 2018, após quase 30 anos dedicados à Caixa, é um exemplo de como as cores e o equilíbrio das emoções são importantes para a nossa existência.

A presidenta do SINTRAF JF, Taiomara Neto de Paula, em nome da diretoria parabeniza o aposentado pelo trabalho e acredita na força da arte para driblar os desafios que a categoria enfrenta no cotidiano. Ela ressalta que o sindicato está aberto para divulgar e acolher iniciativas nesse sentido.

Na mesma direção, a diretora do Sindicato e empregada da Caixa, Lívia Terra, destaca que José Renato foi seu gestor e sempre foi uma pessoa querida se destacando pela humanidade no trato com os empregados. “Fico muito feliz em saber que José Renato fez uma carreira brilhante na Caixa e agora, após sua aposentadoria, continua brilhando em uma área tão importante quanto à literatura. Desejo todo o sucesso do mundo e agradeço pelos anos de convivência e aprendizado que tive com ele.” finaliza.

Confira a entrevista que José Renato concedeu ao SINTRAF JF e saiba mais sobre o autor, sua obra e os projetos futuros:

O autor: José Renato de Amorim é bancário aposentado, escritor, formado em Direito, tem pós-graduação em Gestão de BackOffice Bancário e especialização em Literatura Infantil e Juvenil. Tem participação em dezenas de coletâneas de contos, crônicas e poesias para adultos e crianças. Publicou o livro “Sobre a Luz da Poesia” e no universo infantil os livros “Um Dois Feijão com Arroz”, “A Escola dos Cereais - o Sentido da Vida” e agora “João Camaleão”. É escritor membro da AJL – Academia Juiz-Forana de Letras; e da LEIAJF – Liga dos Escritores, Ilustradores e Autores de Juiz de Fora e da SBPA – Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas. 

01- Quem é o menino João Camaleão? 
João é um nome comum, mas de pronúncia forte. Camaleão é o animal que tem por característica a mudança de cor.  A fusão de ambos significa que, mesmo os mais fortes, mudam de cor, ou seja, são influenciados pelo ambiente e pelas emoções.  João Camaleão é o garoto que faz sua jornada existencial e enfrenta uma infinidade de emoções no cotidiano, provando dos dissabores e da felicidade. 

02- Fale um pouco sobre o livro, personagens, curiosidades.
O livro é fruto do amor à poesia, às crianças e ao ensino. A poesia porque ela favorece a transcendência e pode tocar a alma. Às crianças, porque elas são “poetas por natureza”, como disse Drumond. Ao ensino, porque o livro foi concebido na minha pós-graduação em Literatura Infantil e Juvenil.  A inspiração surgiu numa aula sobre cores com o professor de ilustrações Camilo Martins. Depois, tudo se ampliou com as belas ideias trazidas pelo mestre Leo Cunha, nas aulas de poesia infantil.  Com relação a mensagem, quero enfatizar que João Camelão não tem pretensões “didatizantes” ou moralizantes. Como ensinou Rubem Alves, “o livro é um brinquedo feito com letras”. Portanto, a função principal é a literária, trazendo ludicidade e poesia para crianças e adultos.   Contudo, reconheço que o livro pode ser um instrumento auxiliar para pais e professores discutirem com as crianças sobre o desenvolvimento, bullying e como lidar com as emoções. 

03- Como as cores se relacionam com as emoções e com a história?
Trabalhar as cores com as crianças tem uma enorme abrangência. Entre os benefícios estão o desenvolvimento cognitivo, ajuda na assimilação de conceitos e até questões ligadas a identidade cultural. Cor é vida e descoberta.  Lidar com as emoções é um desafio para os adultos e especialmente para as crianças, que algumas vezes nem compreendem a origem destas manifestações. No livro, de forma bem lúdica, João fica vermelho de vergonha, verde de fome ou bege de sem graça. Assim, as cores, as rimas e as emoções dão as mãos às crianças para uma jornada de descobertas e crescimento.
Importante destacar, quando falamos das cores, o brilhante trabalho da equipe comandada pela Editora Paratexto. As ilustrações foram feitas por Alberto Pinto, empregado aposentado da Caixa, e sua filha Carolina Magalhães. As cores são de Julliana Jacome. Além disto, a revisão e edição de Fernanda Vizian e projeto gráfico de Pablo Rosa.  

04- Nesse universo "cinzento" do mercado financeiro, competitivo e adoecedor, como a literatura, artes e criatividade podem se tornar aliadas no dia a dia dos trabalhadores bancários?
Para combater este “universo cinzento” nada como as cores da literatura, da poesia e da arte, de forma geral. Enquanto estava na ativa, citava aos colegas a famosa frase “o adulto criativo é a criança que sobreviveu”. Para se manter criativo, inclusive no trabalho, é preciso manter viva a criança interior.  Com ela viva, os sonhos são mantidos, as soluções são encontradas, o mundo cinzento é colorido.  Lembrando Todorov: “Somos feitos do que os outros nos dão: primeiro nossos pais, depois aqueles que nos cercam; a literatura abre ao infinito esta possibilidade de interação com os outros e, por isto, nos enriquece infinitamente.”

05- Próximos projetos. Algum de literatura adulta? Ou pretende se dedicar somente à literatura infanto-juvenil?
Bem, eu já tenho publicações para adultos. Lancei o livro “Sob a luz da Poesia” em 2020. Além dele tenho contos, crônicas e poesia para adultos, em coletâneas/antologias com outros escritores.  Atualmente, tenho dois projetos em andamento, ambos para o público infantil.  Contudo, confesso um desejo, publicar um livro sobre um modelo de liderança. O livro está pronto, mas não houve ainda acerto com uma editora. Tomara que 2024 seja o ano desta publicação, onde inclusive, algumas coisas do “universo cinzento,” que você citou, estão presentes. Gostaria de deixar este livro como legado, considerando os 40 anos de vida corporativa e, na maior parte do tempo, exercendo função de liderança.  

06- Qual mensagem, nesse momento pós-pandemia, você deixa para os leitores?
A pandemia, salvo melhor juízo, não criou novos males, mas apenas acentuou e tornou mais evidente as mazelas do nosso século. Vivemos na era das luzes no campo da tecnologia, mas primitivos em nossas relações humanas e sociais. Creio, que a famosa frase de Mário Quintana, se ajusta bem ao momento: “Os livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Que a literatura e a poesia, especialmente, nos humanizem um pouco mais. E por fim, John Naisbitt, autor do livro “O líder do futuro”, disse que quanto mais temos de tecnologia na sociedade, mais precisamos dos poetas; e que a perda pelo gosto da arte é a perda da felicidade.  Esta é minha mensagem.

07- Agradecimentos e como adquirir o livro:
Quero ressaltar meu agradecimento a Prefeitura de Juiz de Fora e a FUNALFA, pois o livro João Camaleão foi publicado com apoio da Lei Murilo Mendes. Agradecer a direção do Sindicato por apoiar e divulgar as atividades culturais dos seus membros. Lembrar que o livro João Camaleão cumpre também um papel inclusivo. Existe na conta capa um QR Code onde pessoas cegas ou com baixa visão são direcionadas a uma plataforma, onde podem ouvir a narração do texto, bem como, a áudio descrição das imagens. Um trabalho feito com muito esmero pela “AD Imagens em Palavras”. Por fim informo que o livro está disponível na loja colaborativa Galeria Secreta, no Centro e Bairro São Mateus, bem como na Autoria - Casa de Cultura. Para os que não residem em Juiz de Fora, é possível solicitar via Mercado Livre ou solicitação diretamente pelo meu perfil nas redes sociais (@jramorim.autor).