Por falta de acordo em negociações, Itaú Corta Benefício do Bolsa Auxílio-Educação para 2025
O Itaú anunciou, nesta quinta-feira, 23 de janeiro, que os bancários das bases que decidiram não assinar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024 não receberão o benefício do bolsa auxílio-educação em 2025.
O Itaú anunciou, nesta quinta-feira, 23 de janeiro, que os bancários das bases que decidiram não assinar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024 não receberão o benefício do bolsa auxílio-educação em 2025. Essa decisão foi percebida como uma tentativa de pressionar os sindicatos que se posicionaram contra a proposta do banco, ao retirar um direito relevante dos trabalhadores. Historicamente, os acordos entre os sindicatos e o Itaú eram firmados separadamente para temas específicos, como teletrabalho e o próprio bolsa auxílio-educação. Contudo, em dezembro do ano passado, o banco tentou implementar um ACT que unificava várias questões em um único documento. A proposta apresentava condições desfavoráveis à categoria, como a validação de jornada e a ausência de salvaguardas contra abusos trabalhistas. Entre as preocupações levantadas pelos sindicatos, destaca-se o risco de violações de jornada. Relatos recorrentes indicam que funcionários são orientados a bater o ponto e continuar trabalhando ou a cumprir horas sem o devido registro. Para os representantes sindicais, essas práticas reforçam a necessidade de rejeitar um acordo que legitime condições prejudiciais para a categoria. A presidenta Taiomara Neto de Paula, funcionária do Itaú, esclarece que a diretoria do SINTRAF/JF/ZM e Sul de MG, juntamente com a nossa federação de Minas, avaliou essa proposta como inadequada para a categoria bancária. "Nunca assinamos a proposta unificada, e sim ponto a ponto. O que o banco quer é colocar a categoria contra o sindicato, pois não foi claro em seu comunicado. Precisamos esclarecer à categoria que, ao assinar esse acordo unificado, estaremos validando o seu ponto eletrônico, sem que tenhamos acesso para conferir e ter esse controle da jornada de cada bancário", afirma. Segundo ela, a diretoria dos sindicatos de Minas é favorável ao acordo do pagamento do auxílio-educação e do teletrabalho, que são conquistas antigas. Porém, o banco não quer assinar da forma que já era feita, estando pressionando pela assinatura unificada. "Minas optou por ir à luta e continuar as negociações, pois acreditamos que a validação do ponto eletrônico para a categoria será muito prejudicial. Precisamos nos manter unidos e vencer a assinatura dos acordos individuais, como sempre foi", comenta. Para ela, a atitude do Itaú se revela como uma ação antissindical, visto que a nota publicada pelo banco não inclui, por exemplo, a cláusula sobre compensação de horas, que também fazia parte do ACT que não foi assinado. Desse modo, a retirada, apenas, do bolsa auxílio-educação se coloca como um artifício para prejudicar as bancárias e bancários e afastá-los dos sindicatos.