Encontro dos bancos privados aponta propostas dos trabalhadores 
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Encontro dos bancos privados aponta propostas dos trabalhadores

Diretores do SINTRAF JF participaram representando os funcionários da base

A Fetrafi-MG realizou, no sábado (31/5), o Encontro Estadual dos Bancos Privados, com atividades na sede da Federação e da CUT Minas, na Capital.

Na manhã de trabalhos, a Fetrafi-MG promoveu análise de conjuntura e debate sobre pautas específicas do Itaú, Bradesco, Santander e Banco Mercantil.

A coordenadora nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE Bradesco), Érica de Oliveira, e o presidente do Sindicato dos Bancários de BH e Região, Ramon Peres, participaram da mesa mediada pelo secretário de Políticas Sindicais da Fetrafi-MG, José Carlos Bragança.

Peres e Érica ressaltaram a importância da presença ativa das lideranças bancárias nas redes e nas agências bancárias, levando informação e fortalecendo a luta da categoria por direitos.

"É preciso manter um equilíbrio delicado: ocupar as redes, sem sair das ruas. Essa não é uma tarefa fácil, mas, ainda bem, nós temos uns aos outros”, disse Érica, que também é secretária de Comunicação do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. 

O Encontro promoveu o debate sobre metas abusivas, adoecimento, combate aos assédios e estratégias para mesas específicas e a Campanha Nacional da categoria.

Lideranças dos quatro bancos elegeram estratégias que consideram essenciais para o enfrentamento dos abusos das corporações que, apesar do lucro nas alturas, fecham agências, demitem e terceirizam funções, precarizando as relações de trabalho e o serviço prestado.

Nos grupos de trabalho, bancári@s analisaram dados dos bancos privados como postos de trabalho, número de agências, lucro real e o impacto das reestruturações sobre o trabalho, a vida e a saúde.

Diante de tantas mudanças, dentro e fora dos bancos, lideranças foram unânimes em dizer que é preciso fortalecer a unidade e rever caminhos para continuar sendo uma das categorias mais organizadas e combativas do país.

Bradesco

No Grupo de Trabalho do Bradesco, foram realizados painéis sobre a reestruturação do banco, englobando demissões, fechamento de agências e o futuro do sistema financeiro; metas abusivas, adoecimento mental e assédio; e debate de ações e estratégias nacionais.

A coordenadora nacional da COE Bradesco, Erica de Oliveira, participou dos debates, assim como o presidente da Fetrafi-MG Carlindo Dias (Abelha), Magaly Fagundes e o diretor de assuntos jurídicos do SINTRAF JF, João Hilário de Souza Neto, e outros dirigentes sindicais do Sindicato dos Bancários de BH e Região Carlos Augusto Vasconcelos (Mosca) e Giovanni Alexandrino, os diretores do Sindicato de Cataguases, Álvaro Filho, e de patos de Minas e Região Magna Vinhal, todos funcionários do banco.

Os debates incluíram o desmonte dos planos de saúde. Abelha defendeu que o banco seja cobrado pela ineficácia do Bradesco Saúde em muitas cidades do interior. “Não dá mais para aceitar que bancários de várias cidades fiquem sem atendimento nenhum. O Bradesco precisa tomar uma providência”, afirmou.

Entre as propostas aprovadas pelos trabalhadores e trabalhadoras do Bradesco, que serão levadas ao Encontro Nacional, estão:

• Cobrar do banco treinamento de assédio moral/sexual com a participação dos sindicatos para prevenção;
• Melhorias no plano de saúde/seguro saúde em todas as cidades, principais as mais distantes da capital;
• Fornecimento de vacina Herpes Zoster para bancárias e bancários acima de 50 anos;
• Mobilização e ações contra as demissões e o fechamento de agências.

Itaú

A coordenadora nacional do Grupo de Trabalho (GT) de Saúde do Itaú e secretária de Saúde da Fetrafi-MG, Luciana Duarte, e a diretora de Saúde do Sindicato dos Bancários de BH e Região, Valdenia Ferreira, coordenaram o debate. A presidenta do SINTRAF JF e funcionária do Itaú, Taiomara Neto de Paula, participou do encontro representando os bancários da base. As lideranças presentes aprofundaram estudos e análises sobre a remuneração, emprego e saúde d@s trabalhador@s do Itaú.

Prioridades do grupo Itaú que serão encaminhadas ao Encontro Nacional:
• Saúde ocupacional (“Compra de estabilidades”, assédio moral, corte de
complementação salarial, PCMSO e NR1);
• Emprego (realocação, fechamento de agências, terceirização e ramo);
• Remuneração (Gera, Programas próprios);
• Assistência médica (descredenciamento, coparticipação dos novos funcionários/sem teto);
• Segurança Bancária (retirada de vigilantes, presença de concierge, regulamentação
do estatuto da segurança privada).

Taiomara reforçou que o encontro proporciona um momento de debates de pautas específicas essenciais para o dia-a-dia dos bancários. "Pautas que impactam na saúde e nas condições de trabalho, como o fechamento de agências pelo Itaú na nossa região.".

Banco Mercantil

O Encontro Estadual dos Bancários do Mercantil debateu os temas que mais têm preocupado funcionárias e funcionários como:

- Programa próprio de PLR, com a proposta de melhoria do teto e inclusão de adicional de 4%;
- Implementação de campanha de vacinação interna contra herpes zoster para funcionári@adrianoglima
- Implementação de Plano de Cargos e Salários (PCS);
- Vale-combustível para trabalhadores que não usam o vale-transporte;
- Volta das homologações no Sindicato, para assegurar direitos no momento do desligamento.

Participaram dos debates os bancários e dirigentes Vanderci Antônio da Silva (SEEB-BH), Marco Aurélio Alves (SEEB-BH), Carla (SEEB Ipatinga), Dalber (SEEB Divinópolis) e Sérgio Marola (SEEB Patos de Minas).

Santander

Bancárias e bancários do Santander discutiram temas que mais afetam o cotidiano do trabalho, principalmente a onda de terceirizações que vem sendo promovida pelo banco. O diretor do SINTRAF JF e funcionário do Santander, Luiz Orioni Fernandes Carneiro, representou os funcionários do banco da base do sindicato.

As propostas dos participantes do Grupo Santander que serão encaminhadas ao Encontro Nacional são:

• Realização de uma campanha nacional de impacto para expor as práticas do banco;
• Campanha focada nos clientes sobre a fragilidade nos processos gerada pelas terceirizações;
• Mobilização pela revogação da Lei das Terceirizações;
• Cobrar ética e lisura do banco na política de metas;
• Reforço na cartilha interna sobre assédio e que o banco dê mais importância e atenção às denúncias;
• Mais transparência no programa de remuneração variável.

Encontros cumprem expectativa

Ao final do dia de trabalhos e dos debates, o presidente da Fetrafi-MG Carlindo Dias Abelha avaliou que os encontros foram produtivos e atenderam à expectativa de levantar demandas representativas que serão apresentadas no Encontro Estadual, em julho, e na Conferência Nacional.

“Este ano não terá negociações das cláusulas econômicas, mas este debate, com 130 representantes dos bancos públicos e privados, nos mostrou os problemas que mais afligem a categoria, nos municiando para as negociações com os bancos nas mesas específicas”, afirmou.

A presidenta do SINTRAF JF e funcionária do Banco Itaú, Taiomara Neto de Paula, frisou que os encontros estaduais específicos foram excelentes e falou da expectativa de Juiz de Fora em sediar o Encontro Estadual em julho. "Estamos nos empenhando para acolher da melhor forma os companheiros e companheiras de todo o estado. Tenho certeza de que serão dias de muito trabalho e que contribuíram com a caminhada do movimento sindical e com as nossas lutas.", pontuou a dirigente. 

Fonte: Fetrafi-MG com edições do SINTRAF-JF.